calendário de actividades

19 de novembro de 2008

Aula de PNL - O comentário da Turma 9º B

O 9º B esteve a ler, na aula, alguns excertos do livro de Maria Teresa Gonzalez,

"A Lua de Joana".


Eis os comentários que redigiram para o nosso blogue:


"Nós gostámos do que lemos. Achámos que era um livro marcante,

porque tocou-nos, cá dentro. Nunca tínhamos visto ninguém escrever

a uma amiga já falecida - é emocionante!"


"Nós achámos que, por ser muito duro e maduro,

o livro deveria ser lido só por jovens e adultos. "


"Aconselhamos a leitura do livro,

porque ele pode orientar os jovens até à idade adulta."

"Gostámos muito de ter lido estes excertos."


"Adeus e ... até amanhã! "*

16 de novembro de 2008

Obras na ESA


Prezados colegas, caros alunos,

Apresentamos a relação de obras propostas para leitura no Plano Nacional de Leitura, existentes na nossa Biblioteca e, portanto, requisitáveis.
Os interessados poderão seleccionar os excertos a trabalhar/ler e reproduzi-los sob a forma de fotocópias, por exemplo.


7º Ano

"Leandro, o Rei da Helíria" Vieira, Alice - 1 exemplar
"O mundo em que vivi " Losa, Lise - 1 exemplar
"O Cavaleiro da Dinamarca " Andresen, Sophia de Mello Breyner - 1 exemplar
"A Odisseia de Homero " Barros, João de -1 exemplar
"Os Meus Amores" Coelho, Trindade – 1 exemplar
"Romeu e Julieta" Shakespeare, William -1 exemplar

8º Ano

"Águas de Verão" Vieira, Alice -1 exemplar
"Às dez a porta fecha" Vieira, Alice -2 exemplares
"Sexta-Feira ou a vida selvagem" Tournier, Michel -2 exemplares
"Viagem a Fátima" Castrim, Mário - 1 exemplar

9º Ano

"Peregrinação de Fernão Mendes Pinto – Aventuras extraordinárias de um português no Oriente " Ribeiro, Aquilino (Adap.) - 1 exemplar
"Auto da Barca do Inferno" Vicente, Gil - 1 exemplar
"O Velho que lia Romances de Amor" Sepúlveda, Luís -1 exemplar

15 de novembro de 2008





no dia 17 de Novembro

o Animateatro - Actor Sérgio Prieto



"A Lua de Joana", obra escrita por Maria Teresa Maia Gonzalez, conta a história de uma rapariga chamada Joana que perdeu a sua melhor amiga (Marta) que morrera de overdose.

Este livro pode ser considerado uma espécie de diário (apesar de não o ser) porque Joana escreve cartas para uma amiga que já morreu.

Conta-lhe todos os acontecimentos do seu dia-a-dia. É interessante ver o desenrolar da vida desta personagem. Apesar de tudo, este livro mostra-nos a realidade dos dias de hoje: o grande flagelo que a droga é para todos - para a família, para os amigos e para a própria pessoa que comete esse erro.

Joana é também uma excelente aluna, reconhecida por todos e acarinhada pelos professores e amigos, mas a sua melhor amiga já não faz parte da escola, já não faz parte da sua turma. No decorrer desta história, Joana tenta agir com normalidade, apoiando-se sempre na sua avó, sendo esta a sua única conselheira.

Este livro alerta os pais desatentos: os de Joana, sentiam que ela era uma pessoa muito responsável; logo, pensavam que não tinham que se preocupar com ela. Não eram pais propriamente presentes: o seu pai, médico prestigiado, passava a vida fora em reuniões, visitas ao domicílio e raramente estava presente no seu dia-a-dia ou em casa; já a sua mãe era dona de um pronto-a-vestir, preocupadíssima com seu outro filho, irmão de Joana, cuja relação era um tanto ou quanto crítica - Joana chamava-o de Pré-histórico, pelos trajes e visual que habitualmente usava, pela decoração do quarto, que estava sempre num caos.

Há um pormenor que não poderá deixar de ser descrito: no meio do quarto de Joana, há uma lua suspensa do tecto por uma corrente, um baloiço imaginado e construído só para Joana - quando quer pensar, coloca o baloiço em posição de quarto crescente e quando está triste, roda-o para quarto minguante e ali se senta até que a tristeza lhe passe.

Não há muito mais a dizer, é um excelente livro, recomendado a todos os que queiram passar um bom bocado a ler!







Os excertos que se seguem serão declamados por Sérgio Prieto, um actor do ANIMATEATRO!

(e ainda há lugar para uma turma ... Queres vir?)



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Lisboa, 28 de Agosto de 1992

Querida Marta,

Demorei muito para me resolver, o que não era costume. Para dizer a verdade, não sabia o que fazer. Precisava de desabafar, tentar compreender tudo o que aconteceu e, como foste sempre a minha única confidente … Não fazia sentido escrever um diário, pois dava-me a sensação de estar a escrever para mim própria, o que acho um bocado estranho, o que acho um bocado estranho. Talvez seja ainda mais estranho escrever-te, mas é uma forma de manter viva a tua memória, pelo menos até entender o que se passou contigo; pelo menos até conseguir perdoar-te …

Faz hoje um mês que tu … Não sou ainda capaz de dizer a palavra. Se calhar, é porque não acredito que já não estás aqui comigo. É tão difícil de acreditar!

Como sabes, hoje fiz anos. São duas da manhã e estou demasiado excitada para dormir. Vou contar-te o que recebi. A minha mãe acedeu finalmente em redecorar o meu quarto – está tal e qual como eu queria! Todo branco (paredes, tapete, colcha, cortina) e até me mandou fazer o baloiço dos meus sonhos: é uma meia-lua de madeira (branca, claro) que está suspensa do tecto por uma corrente, mesmo no meio no quarto. É única no Mundo! Fui eu que a imaginei. Quando quero pensar, coloco-a em posição de quarto crescente e, quando estou triste, rodo-a para quarto minguante e sento-me até que a tristeza passe. O armário velho foi para o corredor, assim, fiquei com mais espaço para dançar, quando me apetece. Das “antiguidades” só ficou a escrivaninha, por causa daquelas gavetinhas todas que sempre me deram um jeitão para os segredos. Sei que acharias demais, mas também foi pintada de branco! À minha mãe tudo isto pareceu um bocado exótico, mas foi forçada a comparar as minhas notas com as do Pré-histórico (a quem comprou uma nova prancha de surf carérrima) e não teve outro remédio. Chamou-me caprichosa e não sei que mais. Não me importei.

A avó Ju deu-me uns brincos que usava quando era nova. Disse-me: “Com 14 anos já tens idade para umas perolazinhas…” Um amor, a minha avó.

O Homem do Cro-Magnon, como é costume, estava liso, portanto deve ter pedido uns trocos à mãe e deu-me um chocolate (sabendo perfeitamente que sou alérgica) e um cartão idiota com o desenho de um chimpanzé horrendo, que diz “’Tás a ficar velhota!”…
Realmente é triste ter um irmão assim, paciência.
Quanto ao meu pai, deu-me mais um relógio, imagina! Já tenho uma colecção disparatada (como diz a avó Ju), mas ele não se deve lembrar dos que me deu nos anos anteriores. Tem muito que fazer, como sempre … Provavelmente, mandou a Lisete comprar-me a prenda, é o mais certo. Ele só sai do consultório para operar, como é que podia ter tempo …

No que respeita à festa que a minha mãe queria fazer, proibi-a terminantemente e, para a convencer, tive de dizer que não havia direito de me estragarem o dia de anos. Sem ti, a festa não seria a mesma coisa, além disso, não tenho vontade de festejar coisa nenhuma. Fazer anos não é assim tão especial como isso, ainda se fossem quinze …
Estou a ficar com sono, finalmente. Preciso de dormir. Espero não sonhar outra vez contigo. É terrível!

Um beijo da
Joana

P.S. Esqueci-me de contar que a minha mãe, como não podia deixar de ser, resolveu trazer-me umas fatiotas lá da loja dela. Demasiado senhorecas para o meu gosto. Mas era de esperar …

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Lisboa, 25 de Maio de 1993

Querida Marta,

Não sei como contar-te o que se passou. Pela primeira vez, sinto uma espécie de vergonha, como se tivesse medo de, ao escrever, ficar a ver melhor o que aconteceu, mas preciso de desabafar, senão fico maluca, mais do que já estou!

Ontem, mal comecei a ouvir a barulheira dos discos do Pré-histórico, saí de casa e meti-me no elevador. Então, aconteceu uma coisa espantosa: o meu dedo, sem me dar tempo para pensar, carregou no botão do teu andar e lá fui eu. Toquei à porta uma data de vezes e, quando me vinha embora, a porta abriu-se como por magia. Entrei e vi que o Diogo seguia à minha frente para o quarto. Instintivamente, fui atrás dele e, quando o vi sentar-se no almofadão, aos pés da cama, estanquei. Ele nem olá me tinha dito.

Aproximei-me então devagar e, quando cheguei mais perto, percebi que tinha estado a chorar. Ao seu lado, estava uma fotografia antiga. Baixei-me, apanhei-a e fiquei a olhá-la durante muito tempo. Era uma fotografia onde estávamos nós os três na praia do Guincho. Deviamos ter nove ou dez anos. Tu estavas no meio de nós e seguravas na mão um daqueles baldes de brincar na areia. Estávamos a rir-nos à gargalhada e o Diogo puxava-te o cabelo com a mão. Pousei a fotografia na mesa-de-cabeceira e fui sentar-me ao pé dele. Foi um momento que não consigo explicar. Não dissemos nada. Rigorosamente nada.

A certa altura, ele abraçou-me, primeiro ao de leve, depois com tanta força que quase me esborrachava. Quando finalmente me desencaixei daquele abraço tipo quebra-nozes, olhei para a cara e vi que chorava. Nunca o tinha visto chorar e até fiquei um bocado embaraçada ao princípio, mas depois deu-me uma vontade enorme de abraçá-lo e foi isso que fiz. Ficámos assim tanto tempo que senti o corpo a doer-me.

Estava calor, por isso levantei-me para ir abrir a janela. Então, uma ponta de vento fez voar a fotografia até ao chão. Quando me precipitei para ir apanhá-la, o Diogo rastejou até ao lugar onde ela estava caída e, bruscamente, rasgou-a em mil bocados com uma raiva tal que parecia querer com aquele gesto apagar toda a história que a fotografia contava. Indignei-me e gritei bem alto "Porquê?!"

Foi a vez de ele ficar embatucado. Aproximou-se de mim, colocou a minha cara entre as suas mãos e disse, com uma voz que não lhe conhecia: "Desculpa, Joana, mas é tudo uma droga. Não há saída. Só os estúpidos e os ingénuos é que julgam que se pode ser feliz. Eu sei que é tudo uma treta. Tudo mentira. Tudo uma droga."

Depois, olhou-me como se me visse pela primeira vez, pôs as mãos à volta do meu pescoço, deu-me um beijo interminável e levou-me naquele abraço até à cama.

Não te digo mais nada, porque não quero lembrar-me do que aconteceu depois. Só te digo que, assim que cheguei a casa, me enfiei na casa de banho e voei até ao duche. Depois, quando me vi ai espelho, odiei-me como nunca. E tomei uma resolução : peguei na tesoura das unhas e cortei o cabelo. Cortei-o tão curto que quase não foi possível pentear-me.

Em seguida, voltei a olhar para o espelho e disse para mim mesma "A Joana já não mora aqui".

Até amanhã.

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Guincho, 28 de Agosto de 1993


Querida Marta,

O meu dia de anos não foi nada de especial. Os meus padrinhos vieram cá jantar e trouxeram-me um bolo de anos com a forma de uma joaninha - sem comentários ... Deram-me também o envelope da praxe com dinheiro (sempre tão originais ...).

Eu não convidei ninguém. Os meus pais deram-me um computador melhor do que o do Traumatizado. Não valia a pena terem gasto tanto dinheiro, mas eles adoram comprar coisas caras, especialmente a minha mãe.

Recebi um postal do João Pedro a dar-me os parabéns. Foi de férias para o Minho e diz que está a divertir-se. Passou-me um poema de Fernando Pessoa que diz assim:


Às vezes em sonho triste

Nos meus desejos existe

Longinquamente um país

Onde ser feliz consiste

Apenas em ser feliz

A seguir ao poema, escreveu que se o Fernando Pessoa fosse vivo seriam grandes amigos os dois. Não é para ser má, mas duvido ... No fim do postal, antes da assinatura, vinha escrito o seguinte :
"Espero que encontres o tal país, Joana! Parabéns pelos anos."
O João Pedro é muito simpático comigo, talvez até goste mesmo de mim a sério, como toda a gente diz lá na escola, só que é demasiado diferente de mim. Era muito melhor se ele não tivesse aquela mania de que é um intelectual.

Pois é, faço quinze anos. QUINZE! 15! 10+5! Quase dezoito.

O Traumatizado, para variar, não me deu nenhuma prenda, mas deu-me um beijo de parabéns, coisa com que eu não contava, palavra que não. Deve ter tido um ataque súbito de ternura,ou então foi para impressionar a família. No fim do jantar, antes de ir ter com os amigos, perguntou-me, com cara de gozo :

- "Que é que vais fazer agora com os teus quinze aninhos?", e eu respondi:

-"Aquilo que os meus quinze anos fizerem de mim".

Acho que não me percebeu. Eu, para ser sincera, também ainda não pensei bem no que disse, mas a resposta chegou para o Pré-histórico se calar. Coitado, ele realmente não é muito esperto, o que ficou mais uma vez provado porque se calou sem ter percebido o que ouviu.

Se estivesses aqui, Marta, teríamos ido a uma discoteca e eu teria convidado imensa gente. Acho que os meus pais me deixariam ir.

Tenho saudades do meu quarto, especialmente da minha lua. Vou-me deitar e, se houver justiça neste mundo, esta noite não vou ter nenhum pesadelo!

Um beijo da
Joana



* ATENÇÃO

Atenção:

“Crónicas do Dia” e “Excertos d’Arrepiar” já estão
agendados até à primeira quinzena de Dezembro,
não deixem passar esta oportunidade!
Inscrevam-se!!!

4 de novembro de 2008

Ficha de Registo de Actividades H,L&Cª - TIPOLOGIAS









Ao professor ou Organizador:

Aqui pode efectuar o download
das fichas de registo tipificadas.


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Registo de participação H,L&Cª


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Registo visita estudo - H,L&Cª





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