A Vida dá Voltas
Capítulo I
O Rui encontrava-se num cruzeiro enorme e luxurioso. Era um rapaz alto, moreno, musculado, de olhos azuis e muito energético. Ele tinha ganho uma viagem no cruzeiro à volta do mundo no Verão e as férias iniciavam-se.
Capítulo II
Raquel era uma rapariga de 18 anos que aproveitou as férias para ir trabalhar para o bar do cruzeiro. Era uma jovem desastrada, trapalhona, falava “pelos cotovelos”, dizia tudo o que pensava aos clientes e era muito risonha.
Certo dia, Rui foi lanchar ao bar e reparou em Raquel, pelo facto de ser trapalhona, ruiva, de olhos verdes e elegante. Mas Raquel também reparou nele e por isso distraiu-se, indo contra uma mulher (do jet 7), acabando por entornar mousse de chocolate por cima dela. A mulher fez um enorme escândalo, porque o vestido era novo, caríssimo e muito chique, e acabou por chamar o superior, aos gritos. Rui, como achou a situação engraçada e teve pena de Raquel, fez-se passar por seu superior e lá conseguiu resolver o assunto da melhor maneira. Raquel, como forma de agradecimento, ofereceu-lhe um lanche e fez-lhe companhia.
No meio da conversa, acabaram por saber que os pais da jovem trabalhavam na fazenda do Rui: o pai era tratador de cavalos e a mãe começou por ser sua ama e agora cuidava dos sobrinhos.
A partir desse dia, os encontros passaram a ser mais e mais frequentes, iam para a piscina nos dias de folga dela, trocavam olhares e sms, acabando por começar a namorar.
Passados uns dias, o superior de Raquel acabou por saber do tal incidente, mas desculpou-a por ser uma jovem inexperiente, um pouco trapalhona e engraçada e, apesar de tudo, achou graça à situação.
Capítulo III
A família de Rui era muito abastada e muito conservadora. As suas irmãs, para casarem, tiveram que casar com homens abastados e muito conservadores.
Rui, que já tinha namorado com outras raparigas, mas que nunca o tinham feito tão feliz como Raquel, tinha neste momento uma ideia diferente do significado do namoro. Para ele, agora fazia sentido casar, e não apenas um namoro como antes, valia a pena, agora, tudo aquilo que os seus amigos diziam, como ficar “amarrado” a alguém, pois nos completa.
Rui, cada dia que passava, sentia mais amor por Raquel. Só pensava nela, queria estar sempre com ela, ficava sentado horas e horas a fio no bar à sua espera, a observá-la. Rui morria de saudades quando não estava com Raquel.
Raquel tinha os mesmos sentimentos que Rui, mas ainda estava com medo que o seu ex-namorado voltasse para atormentá-la. O namoro com este rapaz não tinha acabado da melhor maneira – ele era muito querido e amoroso, mas, com o passar do tempo, começou a tornar-se frio e agressivo, chegando mesmo a bater-lhe. Raquel gostava muito dele e foi-lhe difícil terminar com tudo e, quando acabou, o seu ex-namorado não aceitou e começou a persegui-la, fazendo ameaças de morte, a ela e à família, entre outras coisas.
Capítulo IV
Capítulo IV
Raquel havia entrado para o cruzeiro para tentar livrar-se do seu ex-namorado, mas não conseguia porque ele mandou um amigo seguir todos os seus passos. Raquel, que já sofrera uma situação parecida por parte do pai, pensou que desta vez não iria conseguir escapar. Por volta dos seus dez anos, Raquel sofria constantes agressões por parte do pai, devido aos seus problemas de alcoolismo, drogas e distúrbios mentais.
Quando Raquel se encontrava na piscina, sentiu que estava a ser observada por um indivíduo que aproveitava para a fotografar.
Entretanto, Raquel foi-lhe pedir explicações que o fizeram ficar nervoso, pois não era suposto ser descoberto. Elias disse que vinha da parte do seu ex-namorado e avisou-a de que ele não iria desistir dela.
Raquel disse que tomava uma decisão e disse-lhe para avisar que se queria luta, era isso que iria ter.
- Tu é que sabes, Raquel, mas se fosse a ti, dormia de lhos bem abertos. – disse Elias.
- Obrigada pelo conselho, mas já agora deixa-me dizer-te uma coisa, “és tão lindo como o sol, que até custa olhar de frente” – foi-se embora a rir.
Elias ficou corado a pensar que ela o tinha elogiado.
Capítulo V
Rui tinha combinado encontrar-se com ela ao pé da piscina. Havia duas piscinas, uma para as crianças e outra para adultos. Também havia um jacuzzi. Perto do jacuzzi, havia um bar onde os jovens do cruzeiro se juntavam, à noite, para beber até morrer, faziam a sua própria festa, deixando muito lixo. Ao pé das piscinas, um campo de ténis e outro de futebol. O espaço de fora era muito bonito à noite, pois estava iluminado e decorado com muitas flores. À volta da piscina havia muitas espreguiçadeiras. Estes jovens eram vistos como bárbaros pelas pessoas do jet7.
Na semana seguinte, aconteceu a mesma coisa, e Raquel tinha que arrumar e limpar tudo, como sempre.
Capítulo VI
Raquel não se apercebia, mas continuava a ser observada e desta vez não era pelo Elias, mas sim pelo seu ex-namorado, Sílvio.
Sílvio planeava com pormenor o seu golpe final.
Dois dias depois, Rui não encontrava a sua predilecta e, enquanto a procurava, ouviu um passageiro aflito a falar com a polícia sobre o facto de ter visto uma rapariga de mãos atadas e de boca tapada, a abandonar o cruzeiro, numa mota de água, com um homem mais velho. Tal não foi a surpresa do Rui quando soube que essa tal rapariga era a sua amada, Raquel. Nesse momento, o seu coração congelou, mas ele suava de calor.
Quando a polícia judiciária se preparava para ir investigar o caso em terra, Rui e Elias ofereceram-se para ajudar nas buscas. As buscas iniciaram-se em Itália, numa floresta, perto de uma cabana que do Sílvio. Para além da polícia judiciária e dos dois cavalheiros, mais pessoas da terra se juntaram para ajudar.
Durante as buscas, Elias encontrou um pedaço de tecido da cor do vestido que Raquel usava e ficou todo feliz só de pensar no modo como ela lhe iria agradecer. Umas horas depois, Elias e Rui decidiram afastar-se do local das buscas e procurar Raquel por si próprios. Foi então que ouviram gritos e começaram a aproximar-se. Rui estava um pouco assustado, mas não se preocupou muito, porque era cinturão negro em Karaté, ao contrário de Elias, que acabou por pegar na primeira coisa que viu (um ramo pequenino e frágil de uma árvore) dizendo a Rui que era para espetar o ramo nos olhos ou no rabo do sujeito. À primeira vista, a ideia de Elias parecia ser uma estupidez, mas acabou por ser muito útil, pois mal o Rui se preparava para entrar em acção, torceu o pé. A sorte deles é que o Sílvio acabou por ficar com lascas do ramo no olho, o que o impedia de ver bem, para além disso, a polícia chegou minutos depois e prendeu o raptor.
O que não se sabia é que um dos polícias era homossexual e acabou por se apaixonar por Elias, que descobriu finalmente a sua razão de viver.
O reencontro dos dois pombinhos apaixonados foi muito comovente e hilariante, pois Raquel disse a Elias:
- Fico muito feliz por aqui estares, Elizinho!
- A sério?!? – exclamou Elias.
- A sério, és tão lindo como o sol da meia-noite!
Ao ouvir isto, Elias ficou confuso sobre a sua orientação sexual (Raquel ou Vitinho?).
Passado isto, Raquel foi com Rui para a fazenda dos pais dele.
Capítulo VII
Na fazenda organizavam festas de manhã até à noite todos os dias. Os pais de Raquel e de Rui davam-se lindamente, eram amorosos, divertidos e muito animados.
Raquel e Rui, passados estes dois anos, decidiram casar, estavam ambos na melhor fase das suas vidas.
No dia do casamento, Rui estava muito nervoso e aflito. Tinha um fato e uns sapatos pretos, com uma linda gravata. Estava um pouco magro, devido aos preparativos para o casamento, mas continuava esplêndido, como sempre. Raquel estava fantástica com o seu belo vestido branco, comprido, com um enorme véu e com um enorme ramo de rosas vermelhas. Ambos estavam felizes e contentes por terem superado todos os problemas que tinham surgido no cruzeiro.
Passados quatro anos de casamento, tiveram o seu primeiro filho. Tinham comprado uma casa e não haviam passado por grandes conflitos, viviam sem qualquer problema. Resolveram então mostrar ao seu pequeno filho como se tinham conhecido, fazendo de novo um cruzeiro.
Capítulo VIII
(Epílogo)
Nesta história, como na vida real, as pessoas passam por momentos difíceis, mas conseguem ultrapassá-los.
Em relação às famílias, por serem unidas, tornaram-se num elo forte para poderem ultrapassar os conflitos que surgiram.
Se Raquel tivesse logo confrontado Sílvia, poderia ter uma final mais feliz. O amor de Raquel e Rui prova que por mais problemas que possam existir, o amor supera tudo. Quanto a Sílvia, se pensasse antes de agir, nada disto lhe acontecia.
A Caminho de Marrocos
Capítulo I
Capítulo I
No dia 8 de Março de 2009, Samanta, uma linda jovem marroquina de 17 anos, filha de um grande empresário do ramo da tapeçaria, ficou a saber que já estava prometida a um homem bem mais velho que ela, foi então que ela decidiu fugir de Marrocos em busca de uma nova vida, de um futuro melhor e, sobretudo, de encontrar um rapaz que a respeite, ame e que a saiba valorizar.
Samanta, apesar de respeitar a sua origem e cultura, é uma rapariga frágil, dócil, sonhadora e de ideias fixas.
Capítulo II
Samanta, apesar de respeitar a sua origem e cultura, é uma rapariga frágil, dócil, sonhadora e de ideias fixas.
Capítulo II
Como é natural nesta idade, há um sentimento que desperta dentro de nós. Samanta não foge à regra. Depois de fugir de casa, ela encontra um rapaz na rua, o Filipe, que se encontrava a jogar à bola com uns amigos.
Samanta, ao vê-lo pela primeira vez, apaixona-se perdidamente… ele tem cabelos castanhos, é moreno e musculado, é um rapaz conquistador, amoroso e aventureiro.
Samanta, por causa da profissão do pai, frequentava muitas festas e conhecia muita gente do seu meio social. Já Filipe, sendo pobre, não tinha como frequentar festas.
Como hobbies, Samanta gostava de cozinhar e de experimentar vários pratos de vários tipos de culturas, embora o seu maior sonho fosse desenhar paisagens, pessoas e vários outros temas. Mas, no momento, Samanta não podia fazer nada disso.
Capítulo III
Samanta sente que a bola vai parar aos seus pés, entra em pânico, porque se apercebe que é Filipe que a vem buscar. Metendo conversa, pede-lhe desculpa e diz que ela tem uns lindos olhos. Samanta, envergonhada, pergunta-lhe se ele conhece algum sítio que ela possa pintar.
- Conheço, é perto de um riacho e tem uma linda paisagem. - Diz Filipe
- É muito longe daqui? É que estou a precisar de relaxar.
- Não, não. É até bastante perto. Se esperares, levo-te lá.
- Sim, eu espero. E obrigada, pela simpatia.
Passadas três horas, Filipe leva Samanta. Chegam ao parque das flores, ela está encantada…
Ao sentar-se junto ao tronco de uma árvore, começa a pintar a sua terra. Filipe acha estranho e questiona porque pinta a sua terra e não a linda paisagem que está à sua frente.
Samanta explica-lhe que vem de Marrocos e que teve de fugir devido às rígidas tradições, pois estava destinada a casar com um homem muito mais velho do que ela e o mais importante é que ela não o amava.
- Filipe, tu não sabes o que é viver com medo de casar com uma pessoa que não conheces. O meu sonho é casar por amor e não por obrigação. O amor, para mim, é, acima de tudo, o respeito mútuo, a amizade e a confiança.
- Mas tu nunca namoraste? - Perguntou Filipe
- Já! Quando eu tinha 15 anos fui apanhada pelo meu pai a dar um beijo a um rapaz, o que é proibido na minha religião. Desde aí que o meu pai me controla e tenta arranjar-me um marido rígido como castigo. Eu não aguentei e tive de fugir. Agora pinto, porque não deixo de ter saudades.
Capítulo IV
Ao pintar, Filipe fica fixamente a olhar para a sua beleza. Samanta fica corada e ele acha engraçada a sua maneira de ser e beija-a. Diz-lhe que ela é a flor mais bonita daquele lindo jardim.
Conhecendo-se melhor, Samanta e Filipe começam a namorar.
Filipe era um rapaz simples, a sua infância tinha sido muito complicada, pois a sua mãe era vítima de maus tratos do pai de Filipe. Cada vez que os seus pais discutiam, Filipe escondia-se para não assistir ao festival entre o pai e a mãe. Ele já tinha dezoito anos, vivia sozinho e trabalhava, pois só queria esquecer a sua terrível infância.
Passado um ano de namoro feliz, mas com as suas discussões, como é normal em todas as relações, Samanta mudou-se para casa de Filipe. Eles pareciam ser o casal perfeito, diziam os amigos de Filipe, pois eles gostavam de o ver feliz com Samanta. Mas, um mês depois, o pai dela tinha-a encontrado e não vinha sozinho, tinha trazido o homem a quem Samanta estava prometida. O seu pai queria levá-la para casa, para casar segundo as tradições, mas essa ideia não agradava a Samanta, pois o homem a quem estava prometida era já velho, marreco, muito rabugento, coxo e com uma barba comprida.
Filipe, desde aí, tornou-se muito ciumento e controlador, pois a ideia de Samanta partir com aquele velho não lhe agradava nada. Não queria que ela saísse de casa, porque tinha medo que o pai a levasse para casa contra a sua vontade. Filipe começou a trancar Samanta em casa, deixando-a sozinha e abandonada. Ela passava então os dias a chorar e quando Filipe chegava do trabalho gritava com ela e começava a maltratá-la.
Samanta vivia agora com medo, medo de Filipe e medo do pai. O sonho que queria viver tinha-se tornado num pesadelo. Ela não sabia o que fazer, nem a quem pedir ajuda. As únicas pessoas que conhecia eram o Filipe e os seus amigos.
Capítulo V
Filipe começou a tomar consciência do mal que estava a fazer a Samanta, por isso sugeriu-lhe que fosse passar uns dias a casa de uns amigos, vendedores ambulantes. E assim foi.
Esses vendedores viviam numa cabana velha (mas que para eles era muito luxuosa), asseada, cheia de antiguidades para vender e, à porta, havia dois cães bonitos que comiam os ratos, quando tentavam entrar na cabana. Mas apesar das condições em que viviam, eram pessoas de bem, simpáticas e, apesar de tudo, nunca roubavam os clientes. As coisas que vendiam eram feitas à mão, com materiais que apanhavam na rua e, como eram coisas bastante originais e baratas, vendiam-se muito bem. Samanta, apesar de estar habituada a grandes luxos, até gostou do meio social em que a família de vendedores vivia.
Um mês depois, Samanta voltou para casa de Filipe, pois ele já estava mais calmo.
- Esta é a casa mais bela que vi em toda a minha vida! – disse Samanta, admirada, ao entrar em casa.
- A sério?!? Gostaste mesmo da surpresa?
- Claro que sim! Ao entrar por esta porta, foi como entrar no meu país. – Afirmou Samanta, maravilhada.
Como pedido de desculpas e como forma de agradar a Samanta, Filipe mudou radicalmente a decoração da casa, dando-lhe um estilo marroquino.
Para inaugurar a “casa nova”, deram uma “big party” com os amigos e familiares todos do Filipe e da Samanta, mas não era uma festa qualquer: tinham de levar adereços e roupas marroquinos. E todos se divertiram (à excepção dos vizinhos, devido ao barulho).
Capítulo VI
Tudo corria bem na festa, até que… bateram à porta. Era o pai de Samanta e o seu noivo. Samanta, assim que os viu, correu de imediato para os braços de Filipe.
- O que pretende daqui? - perguntou Filipe, irritado.
- Viemos buscar a minha filha, já comprometida há muito tempo com este homem, que lhe dará tudo aquilo que ela merece. – disse o pai de Samanta.
Samanta, gritando, avisou:
- Não quero ir, já tenho tudo o que preciso… sou feliz com o Filipe.
- Não te vou deixar ir embora, minha amada. – afirmou Filipe.
Os ânimos começaram a aquecer e todos se exaltaram, trocando palavras menos agradáveis. Samanta, que estava a adorar a festa que Filipe tinha preparado para ela, aquela sala, que tanto lhe fazia lembrar o seu país tão agradável e harmonioso, estava agora transformada numa autêntica batalha campal. A certa altura, já estavam todos os familiares e amigos na rua a defender o amor de Samanta e Filipe, contra o pai dela. O tempo corria, todos se calaram e ficaram de boca aberta quando Samanta gritou:
- Eu estou grávida…
Filipe agarrou-se a Samanta como o sol brilha num dia de Verão. O pai de Samanta, estupefacto, deu uma estalada à filha e disse:
- Eras o sol das minhas manhãs e agora és a tempestade dos meus dias.
Ao ouvir tal, o pai de Samanta perguntou:
- Como foste capaz de fazer isso? Desprezar a nossa religião dessa maneira? Alá mandará um raio sobre ti e sobre essa criança. A partir de hoje, deixarás de ser minha filha. – Virou-lhe as costas e foi-se embora. Nunca mais a viu.
Capítulo VII
- O que pretende daqui? - perguntou Filipe, irritado.
- Viemos buscar a minha filha, já comprometida há muito tempo com este homem, que lhe dará tudo aquilo que ela merece. – disse o pai de Samanta.
Samanta, gritando, avisou:
- Não quero ir, já tenho tudo o que preciso… sou feliz com o Filipe.
- Não te vou deixar ir embora, minha amada. – afirmou Filipe.
Os ânimos começaram a aquecer e todos se exaltaram, trocando palavras menos agradáveis. Samanta, que estava a adorar a festa que Filipe tinha preparado para ela, aquela sala, que tanto lhe fazia lembrar o seu país tão agradável e harmonioso, estava agora transformada numa autêntica batalha campal. A certa altura, já estavam todos os familiares e amigos na rua a defender o amor de Samanta e Filipe, contra o pai dela. O tempo corria, todos se calaram e ficaram de boca aberta quando Samanta gritou:
- Eu estou grávida…
Filipe agarrou-se a Samanta como o sol brilha num dia de Verão. O pai de Samanta, estupefacto, deu uma estalada à filha e disse:
- Eras o sol das minhas manhãs e agora és a tempestade dos meus dias.
Ao ouvir tal, o pai de Samanta perguntou:
- Como foste capaz de fazer isso? Desprezar a nossa religião dessa maneira? Alá mandará um raio sobre ti e sobre essa criança. A partir de hoje, deixarás de ser minha filha. – Virou-lhe as costas e foi-se embora. Nunca mais a viu.
Capítulo VII
Passados oito meses de gestação, Samanta já um pouco mais velha, com vinte anos, mostrava-se mais gordinha e com alguma maturidade, sensível e preparada para trazer um novo ser, fruto de um grande amor. Filipe, um novo homem, tinha completado vinte e um anos e pensava agora na sua nova vida, no seu filho.
Um mês decorrido, nasceu Marron, um bebé muito saudável, forte e cheio de vida, parecidíssimo com os seus pais.
O pai de Samanta, após saber do nascimento de Marron, regressou para reencontrar a filha, a quem pediu, de joelhos, que o desculpasse. Samanta, ao ouvir o pai, ficou com um pé atrás, mas estava bastante emocionada e acabou por lhe perdoar. Após terem resolvido os seus problemas familiares, o pai de Samanta pediu então para conhecer o neto e vê-lo sempre que pudesse.
Durante largo tempo, viajaram pelo mundo fora. Entretanto, Marron já completara os sete anos de idade e era o grande orgulho dos seus familiares, uma criança meiga, inteligente e amorosa que trouxera a paz familiar.
Capítulo VIII
(Epílogo)
Samanta e Filipe viveram felizes para sempre com o filho Marron.
A violência no namoro é um factor responsável pelo final de muitas relações, que pode ter como origem o ciúme. Outro aspecto que pode desencadear esta realidade é o sentimento de posse em relação a outra pessoa.
As personagens desta narrativa tiveram uma boa evolução, Filipe mudou a sua atitude perante Samanta, assim como o seu pai, que se arrependeu de ter dito a Samanta que já não era sua filha.
A violência no namoro é um factor responsável pelo final de muitas relações, que pode ter como origem o ciúme. Outro aspecto que pode desencadear esta realidade é o sentimento de posse em relação a outra pessoa.
As personagens desta narrativa tiveram uma boa evolução, Filipe mudou a sua atitude perante Samanta, assim como o seu pai, que se arrependeu de ter dito a Samanta que já não era sua filha.
O Jardim da Felicidade
Capítulo I
Capítulo I
Sofia de Albuquerque fazia, neste dia de 14 de Fevereiro de 2009, 16 anos. Era uma rapariga de cabelos loiros, olhos azuis, a pele era muito branca como a neve, mas todo o seu brilho havia-se perdido há precisamente um mês atrás, quando a mãe havia morrido.
Sofia andava sempre sozinha, não tinha amigos, não brincava, era muito triste.
No dia do seu aniversário, Sofia foi ao jardim. Desde a morte de sua mãe, Sofia ia todos os dias, sempre à mesma hora, a um jardim. Esse jardim era cheio de vida, com muitas flores, papoilas, rosas, malmequeres. Havia árvores com frutos e muita relva. Sofia identificava-se com aquele jardim, pois para ela a sua mãe estava ali.
Capítulo II
Sofia andava sempre sozinha, não tinha amigos, não brincava, era muito triste.
No dia do seu aniversário, Sofia foi ao jardim. Desde a morte de sua mãe, Sofia ia todos os dias, sempre à mesma hora, a um jardim. Esse jardim era cheio de vida, com muitas flores, papoilas, rosas, malmequeres. Havia árvores com frutos e muita relva. Sofia identificava-se com aquele jardim, pois para ela a sua mãe estava ali.
Capítulo II
Parecia que, quando ali estava, se esquecia de toda a tristeza que tomava conta do seu ser. Nesse mesmo instante, enquanto Sofia tentava descontrair-se olhando a paisagem à sua volta, muito depressa passa um jovem e tropeçaram um no outro, sem querer.
Pedro era um jovem de apenas 20 anos, alto, de boa aparência, pele morena, olhos claros, que há alguns meses perdera a sua namorada num acidente, como contou a Sofia. Uma tragédia que a deixou muito triste. Pedro era um técnico na grande área da informática e era um jovem pacato, de boas famílias, bem-educado. Sofia encontrava-se agora no seu 11º ano de escolaridade, era boa aluna, estudiosa, determinada. Entretanto, antes de Pedro se ir embora, pediu a Sofia se esta lhe podia dar o seu número de telemóvel ou o seu endereço de correio electrónico, para que se pudessem encontrar e conhecer melhor.
Ao ir-se embora, parecia que despertara em ambos uma empatia e, por incrível que parecesse, começaram ambos a sorrir, mostrando um ar de terem gostado muito de se terem conhecido, ambos com problemas, procurando ultrapassá-los.
Dias depois, Sofia recebeu uma mensagem no seu telemóvel. “Bom dia, Sofia, espero não te estar a incomodar, mesmo não te conhecendo bem, gostava de falar contigo. Apesar de pareceres um pouco mais nova, pareceu-me que, contigo, deixei um pouco do peso que trazia dentro de mim. Queria pedir-te para, se pudesses, um destes dias vires tomar um café comigo, para que possamos conhecer-nos melhor. Beijos. Pedro.”
Sofia não estava à espera. Ficou contente e, aos poucos, a tristeza que lhe cobria a face já ia desaparecendo.
Capítulo III
No dia seguinte, Sofia encontrava-se disponível para se encontrar com o seu amigo Pedro, no café Benjamim, onde estiveram a conversar sobre as suas vivências. Sofia recordou a sua relação com a mãe, que era muito boa, estavam sempre juntas e eram confidentes uma da outra. A mãe de Sofia morrera num acidente de carro, no dia de anos da filha, a caminho da pastelaria para comprar o bolo de aniversário.
Aos poucos, foram-se conhecendo melhor e começavam a gostar um do outro. Sofia sentia uma grande paixão por Pedro, mas não sabia se ele sentia o mesmo. Um dia, Pedro e Sofia encontraram-se nesse tal jardim, e ele declarou-se. Sofia ficou muito feliz e começaram a namorar.
Capítulo IV
Aos poucos, foram-se conhecendo melhor e começavam a gostar um do outro. Sofia sentia uma grande paixão por Pedro, mas não sabia se ele sentia o mesmo. Um dia, Pedro e Sofia encontraram-se nesse tal jardim, e ele declarou-se. Sofia ficou muito feliz e começaram a namorar.
Capítulo IV
Dias mais tarde, puseram-se a recordar a infância, vendo fotografias. Pedro contou que tinha tido uma infância muito feliz, principalmente graças aos seus irmãos mais velhos, que lhe proporcionavam momentos de grande brincadeira, traquinices e aventuras. Ele era uma criança muito reguila, que só dava preocupações e dores de cabeça aos seus amados pais. Mas tornava-se um vulcão em erupção quando se zangava ou quando era contrariado.
No decorrer da conversa, tocou o telemóvel de Pedro. Era um casal de namorados, amigo dele, que precisava de um “quartinho”, pois tinham ganho uma bolsa de estudo para frequentarem a Universidade Nova de Lisboa, que era ali perto. Sofia ficou toda entusiasmada (yuphi!), porque, finalmente, ia conhecer os amigos do namorado. Ele, para satisfazer a curiosidade da namorada, contou-lhe que eles eram a Marisa e o Rodrigo, tinham ambos dezoito anos, eram do Algarve (o Rodrigo) e Alentejo (a Marisa).
Duas semanas depois de chegarem a Lisboa, as coisas entre Marisa e Rodrigo mudaram. Ela começou a tornar-se muito, mas mesmo muito ciumenta, ao ponto de o chegar a agredir fisicamente, só que foi apanhada pelo Pedro e pela Sofia, que estavam no quarto ao lado. Tiveram, os quatro, uma grande e demorada conversa, em que tentaram explicar à Marisa que a violência não levava a lado nenhum e queriam perceber o que ia na sua cabeça para ela ter feito tal coisa. Ao longo da conversa, o Rodrigo confessou que aquela já não tinha sido a primeira vez, mas nunca fez nada porque gostava dela e não queria que Marisa fosse ver o sol aos quadradinhos, o Jacinto da Novela Vingança II.
Capítulo V
Rodrigo, ao agradecer a ajuda aos seus amigos Pedro e Sofia, propôs-lhes que fossem passar uma mini-férias para a sua casa, no Algarve. Pedro e Sofia pensaram muito se deviam aceitar, mas pensaram que podia ser bom para eles dois, aliviavam um pouco a cabeça deste stress todo e aceitaram o convite.
Quando chegaram, depararam-se com uma família hippie à frente da casa de Rodrigo.
Sofia e Pedro, ao acharem aquilo muito estranho, tiveram curiosidade em ver como era a casa, o dia-a-dia dessa família hippie. Com curiosidade, lá foram espreitar. Começaram por ver muitas plantas de várias espécies, pessoas vestidas de uma forma muito estranha, com roupas com cores berrantes, homens com grandes cabelos e barbas. As casas eram roulottes, pois estas pessoas andavam sempre a viajar.
A curiosidade matou o gato e, ao entrar por uma roulotte dentro, encontraram os hippies e começaram a meter conversa, para saberem como eram as suas vidas. Os hippies convidaram-nos a passar um dia com eles. Então, foram e descobriram que eles, para passarem o tempo, cantavam, dançava, e tocavam música rock, mas faziam-no mais durante a noite. Quando os vizinhos tentavam dormir, os hippies faziam tal barulho que até fazia doer os ouvidos e não os deixavam descansar.
Pedro, ao ouvir os hippies tocarem as suas músicas, lembrou-se de uma parte da sua infância e Sofia pôs-se a comparar a sua cultura com a daquela gente. Ao viverem isto, Sofia e Pedro não queriam já voltar para as suas vidas em Lisboa, pois já pensavam no stress da grande cidade. Pedro achava que a cultura hippie era do melhor que havia, pois era tudo em paz e amor.
Capítulo VI
Quando chegaram, depararam-se com uma família hippie à frente da casa de Rodrigo.
Sofia e Pedro, ao acharem aquilo muito estranho, tiveram curiosidade em ver como era a casa, o dia-a-dia dessa família hippie. Com curiosidade, lá foram espreitar. Começaram por ver muitas plantas de várias espécies, pessoas vestidas de uma forma muito estranha, com roupas com cores berrantes, homens com grandes cabelos e barbas. As casas eram roulottes, pois estas pessoas andavam sempre a viajar.
A curiosidade matou o gato e, ao entrar por uma roulotte dentro, encontraram os hippies e começaram a meter conversa, para saberem como eram as suas vidas. Os hippies convidaram-nos a passar um dia com eles. Então, foram e descobriram que eles, para passarem o tempo, cantavam, dançava, e tocavam música rock, mas faziam-no mais durante a noite. Quando os vizinhos tentavam dormir, os hippies faziam tal barulho que até fazia doer os ouvidos e não os deixavam descansar.
Pedro, ao ouvir os hippies tocarem as suas músicas, lembrou-se de uma parte da sua infância e Sofia pôs-se a comparar a sua cultura com a daquela gente. Ao viverem isto, Sofia e Pedro não queriam já voltar para as suas vidas em Lisboa, pois já pensavam no stress da grande cidade. Pedro achava que a cultura hippie era do melhor que havia, pois era tudo em paz e amor.
Capítulo VI
No dia seguinte, ao verem a alegria do modo de vida do povo hippie, ambos tiveram a mesma ideia:
- Por que não deixar a vida agitada de Lisboa e mudarmo-nos? Por que não entrar numa comunidade hippie? – disse Pedro a Sofia.
- Por mim, tudo bem.
Já na comunidade, num clima de paz e amor, em que o sol sorria e não tinham com que se preocupar, convidaram Marisa e Rodrigo, que aceitaram o convívio, entre amigos. Foi algo muito forte entre os casais, muito música, festas, até que certo dia Rodrigo encontrou a namorada com um certo hippie da comunidade. Ao ver tal cena, Rodrigo disse estar farto e que acabava de vez a sua relação com Marisa. Esta não aceitava e jurava que ele nunca teria sossego se não voltasse para ela.
Passado um mês, prazo dado por Pedro e Sofia, ambos decidiram ir-se embora, levando Rodrigo, sem que Marisa se apercebesse.
Passadas algumas horas, Marisa deu conta que os seus amigos tinham abandonado a comunidade. Uma hora depois, Pedro, Sofia e Rodrigo regressavam a Lisboa.
Pedro comentava ter gostado imenso da comunidade, enquanto que Rodrigo dizia ter detestado aquele ambiente, depois de ter visto a sua própria namorada com um hippie.
No dia seguinte, Rodrigo, ao acordar, recebeu uma chamada anónima, que lhe dizia para ele descer rapidamente… Rodrigo, assustado, ainda ensonado, desceu logo e, quando abriu a porta do prédio, encontrou Marisa. Ao vê-la, Rodrigo assustou-se, porque sabia que ela era capaz de fazer qualquer maldade. Marisa, arrependida e chorando pediu muitas desculpas e prometeu que o que tinha acontecido nunca mais se repetiria. Rodrigo disse que se ela o amasse não teria feito o que fez.
Capítulo VII
Marisa e Rodrigo entraram numa discussão acesa. Ela continuava a insistir em dizer que o amava, mas Rodrigo disse que nunca mais a queria ver. Esta ficou destroçada, mas decidida a vingar-se. Então ameaçava-o constantemente por sms.
Num desses sms pedia-lhe para se encontrarem num descampado, pois Marisa tinha pensado melhor nas suas atitudes e dizia que queria conversar com ele. Rodrigo, acreditando, foi ao seu encontro. Quando chegou ao descampado, não a encontrou, apenas surgiu por detrás dele um vulto encapuçado que lhe deu uma pancada na cabeça e ele acabou por morrer.
Pedro e Sofia ficaram muito tristes ao saberem da morte de Rodrigo, um rapaz meigo, paciente, compreensivo, emotivo, alegre, alto, de pele morena e olhos escuros. Durante um ano, Rodrigo tinha sido alvo de agressões físicas e psicológicas por parte de Marisa, uma rapariga impulsiva, possessiva, emotiva, elegante na sua pele morena e olhos claros.
Passados dois anos, durante os quais viveu aterrorizada, Marisa foi presa.
Capítulo VIII
(Epílogo)
Passados uns meses, Pedro e Sofia regressaram ao tal jardim, para recordarem os momentos em que foram felizes longe das preocupações que passaram nos últimos tempos. Foi nesse momento que decidiram que, se um dia eles os dois casassem um com o outro, o seu casamento seria ali mesmo, naquele jardim. E assim foi.
Uns bons anos mais tarde, estavam os dois ali, naquele belo jardim, a dar uma bela festa de casamento.
Para Pedro e Sofia aquele jardim era O JARDIM DA FELICIDADE.
Apesar de Pedro e Sofia terem sofrido muito com a morte de pessoas que lhes eram muito queridas, conseguiram encontrar algo que os fizesse muito felizes e que não os levasse por maus caminhos: O AMOR.
Nesta história verifica-se que a violência no namoro é uma coisa muito grave e muito cruel, que teve como resultado a morte da vítima e a prisão da agressora. Com isto, verifica-se que a violência não leva a lado algum, só traz consequências físicas, psicológicas e, muitas vezes, a morte.
Mudar para Melhor
Capítulo I
Capítulo I
Jorge Miguel, um jovem de apenas 18 anos, tinha-se mudado para a cidade acerca de 5 meses.
Era um rapaz tímido, magro, baixo, tinha ainda o estilo provinciano, mas já com uma grande maturidade. No entanto a sua maturidade não lhe valia de muito, devido ao seu aspecto físico, achava-se feio, daí a sua auto-estima estar sempre em baixo.
Jorge tentava adaptar-se à cidade de Lisboa, nesta época primaveril, pois no campo era tudo diferente; não estava habituado a tanta agitação, barulho e poluição.
O seu grande sonho era viver na cidade, com muita agitação, pois no campo era tudo muito pacato.
Capítulo II
Era um rapaz tímido, magro, baixo, tinha ainda o estilo provinciano, mas já com uma grande maturidade. No entanto a sua maturidade não lhe valia de muito, devido ao seu aspecto físico, achava-se feio, daí a sua auto-estima estar sempre em baixo.
Jorge tentava adaptar-se à cidade de Lisboa, nesta época primaveril, pois no campo era tudo diferente; não estava habituado a tanta agitação, barulho e poluição.
O seu grande sonho era viver na cidade, com muita agitação, pois no campo era tudo muito pacato.
Capítulo II
A certa altura, ele conheceu uma rapariga no cinema.
Ao ver a rapariga na fila das pipocas, ele ficou fascinado com a sua beleza. Ela era baixa, morena, de olhos azuis e muito elegante. Mas, como a sua auto-estima era muito baixa, não teve coragem de falar com ela.
Já no cinema, à procura dos lugares, parecia que tinha sido o destino - a tal bela rapariga tinha-se sentado ao seu lado. Como estavam ao lado um do outro, acabaram por conversar e nem ligavam ao filme. Margarida era uma rapariga simpática, atenciosa, humilde e muito conversadora. A sua família era canadiana, mas ela estava a viver em Lisboa, com os pais, desde pequena. Estudava na Faculdade de Veterinária. Os pais eram agricultores que se tinham mudado para Lisboa, mas ela era independente e vivia com uma amiga, com apenas 19 anos, num apartamento.
Jorge Miguel também vivia num apartamento, com mais dois amigos. Ele tinha recebido uma bolsa de estudo, e por isso tinha-se mudado para Lisboa. Os seus pais, por coincidência, eram também agricultores que decidiram ficar no campo, pois eles não gostavam da agitação, preferiam o campo. Parecia o destino.
Capítulo III
Ao ver a rapariga na fila das pipocas, ele ficou fascinado com a sua beleza. Ela era baixa, morena, de olhos azuis e muito elegante. Mas, como a sua auto-estima era muito baixa, não teve coragem de falar com ela.
Já no cinema, à procura dos lugares, parecia que tinha sido o destino - a tal bela rapariga tinha-se sentado ao seu lado. Como estavam ao lado um do outro, acabaram por conversar e nem ligavam ao filme. Margarida era uma rapariga simpática, atenciosa, humilde e muito conversadora. A sua família era canadiana, mas ela estava a viver em Lisboa, com os pais, desde pequena. Estudava na Faculdade de Veterinária. Os pais eram agricultores que se tinham mudado para Lisboa, mas ela era independente e vivia com uma amiga, com apenas 19 anos, num apartamento.
Jorge Miguel também vivia num apartamento, com mais dois amigos. Ele tinha recebido uma bolsa de estudo, e por isso tinha-se mudado para Lisboa. Os seus pais, por coincidência, eram também agricultores que decidiram ficar no campo, pois eles não gostavam da agitação, preferiam o campo. Parecia o destino.
Capítulo III
Nesse mesmo dia, à noite, quando a Margarida pôs a sua roupa a lavar, caiu-lhe um pedaço do pacote das pipocas com um número. Ela ligou para o número e, para sua grande surpresa, era de Jorge Miguel. Combinaram encontrar-se nessa mesma noite. Ao despedirem-se, em vez de darem um beijo na cara, deram-no na boca e, a partir daí começaram a namorar.
Jorge Miguel foi para casa muito contente, a pensar em como era bom ter uma namorada, mas não sabia muito bem lidar com isso, pois nunca tinha tido uma, nem sequer sabia como é que aquilo tinha acontecido. E aí começou a recordar-se dos tempos em que era miúdo e estava na “santa terrinha”: «Ainda me lembro, no 5º ano, de ir para a escola com um ramo de rosas (que apanhei no campo) e com as mãos cortadas dos espinhos, só para agradar à Gertrudes (a rapariga mais gira da turma e a mais convencida). Quando eu ia dar-lhe as rosas e dizer, finalmente, que gostava dela, ela resolveu começar a namorar com o Rodrigo (o melhor jogador de futebol da escola), mas as amigas dela aperceberam-se do que eu ia fazer e começaram a gozar comigo:
- O Jorge é um totó! Achas mesmo que ela ia namorar com um falhado como tu, que vem para a escola com as mãos cortadas? Ahahahaha…
Nesse momento, só queria arranjar um buraco para me esconder; parecia que o mundo me ia cair em cima.”
Margarida foi logo contar às amigas que tinha começado a namorar com o rapaz das pipocas. Elas perguntaram-lhe como era a família dele e ela respondeu que eram agricultores, tinham cerca de 40 anos, a pele muito queimada do sol e eram felizes com a vida que tinham, no meio do campo e dos animais.
Capítulo IV
O namoro ia avançando, cada vez mais Jorge e Margarida estavam juntos e não se largavam… Passavam horas e horas a fio a namorar e a ajudarem-se com os trabalhos da Universidade.
Mas a certa altura, Margarida começou a afastar-se de Jorge, pois este estava a tornar-se obcecado por ela. Ligava-lhe a toda a hora, ficava a vigiá-la na Universidade e, quando ela falava com algum rapaz, Jorge fazia “filmes”.
Ela explicava-lhe que ele era o sol da sua vida e que não tinha olhos para mais ninguém, falava com os rapazes simplesmente por causa dos trabalhos. Margarida percebeu que era ela que estava errada, então decidiu afastar-se dos amigos, não saía com mais ninguém a não ser com Jorge, com quem estava sempre.
Juliana, amiga de infância de Margarida e actual companheira de casa, não compreendeu a sua atitude, pois já se conheciam desde pequenas, quando andavam nos campos a apanhar flores, a rebolar pelos montes, quando andavam atrás das borboletas, a nadarem pelos rios. Juliana começava a aperceber-se de que algo naquela relação não estava bem… decidiu falar com a amiga.
Margarida, ao falar com Juliana, negou que Jorge a agredia física e verbalmente, disse apenas que ele demonstrava o seu amor por ela de uma forma diferente e, quando lhe batia, era sem querer, quando lhe chamava nomes menos próprios, era por carinho. Juliana não aceitou as justificações da sua amiga e tentou chamá-la à razão, dizendo que nenhuma forma de demonstrar o amor implicava agressão verbal ou física.
Margarida pensou melhor e disse à amiga que ia tentar mudar a situação.
Capítulo V
No dia seguinte, Juliana decidiu ligar a Jorge Miguel pedindo-lhe para conversarem. Marcaram encontrar-se no café do jardim, que era um espaço aberto e rodeado de pessoas, onde habitualmente os jovens se encontravam para socializar ou até para estudar. Era um sítio calmo, arranjado, com patos, e se ele tentasse algo não teria hipótese. Juliana disse-lhe que naqueles dias a violência no namoro era considerada um crime, uma vez que ele havia mudado por completo a sua amiga isolando-a dos seus amigos e essa situação não podia continuar, ou ele seria denunciado.
Passado um mês, Jorge tinha mudado a sua atitude perante Margarida, pois seguiu o conselho de Juliana. Comparou as suas atitudes para com Margarida com as que o seu pai tinha para com a sua mãe.
Passados uns meses, na universidade, com tudo esclarecido, voltaram a relembrar tudo o que tinha acontecido e morreram a rir, pois não tinham consciência do que estavam a fazer.
Capítulo VI
Estava tudo a correr lindamente. Margarida e Jorge estavam muito felizes, até a amiga de Margarida, Juilane, se meter entre os dois. Mandava-lhe constantemente sms a perguntar se queria encontar-se com ela. Jorge, como já estava farto de Margarida, ia ter com Juliana ao parque, sem a namorada saber. Jorge acabou por trair Margarida várias vezes, quando ela não estava em casa, pois ele sentia uma grande atracção por Juliana. Margarida começou a achar Jorge estranho, pois Jo não lhe ligava nenhuma, mas Jorge dizia que era impressão dela.
No dia seguinte, Jorge chegou ao pé de Margarida, na faculdade, com baton no colarinho. Ela ficou furiosa e pediu-lhe satisfações, mas ele conseguiu convencê-la que uma colega se encostou a ele porque estava triste. Margarida acabou por acreditar.
Juliana era completamente diferente. Margarida era tímida, enquanto Juliana era uma pessoa aberta e aventureira. Na semana seguinte, Jorge baldou-se às aulas para estar com ela no parque. Os passarinhos cantavam, o sol sorria, estava um dia fantástico. Passada uma hora, decidiram ir para casa da Juliana e Margarida. Como a última não estava em casa, aproveitaram para avançar na sua relação de amantes. Mas Margarida saiu mais cedo da faculdade e, ao chegar a casa, apanhou o namorado e Juliana em flagrante. Ao ver os dois na cama dela, completamente nus, começou a chorar e com tanta raiva deu uma bofetada a Juliana e outra a Jorge. Não estava à espera que ela a traísse, estava convencida que a amava. Sobretudo, não esperava que a amiga de infância fosse capaz de lhe fazer uma coisa destas. Foi uma facada no coração!
Capítulo VII
No dia seguinte, Jorge chegou ao pé de Margarida, na faculdade, com baton no colarinho. Ela ficou furiosa e pediu-lhe satisfações, mas ele conseguiu convencê-la que uma colega se encostou a ele porque estava triste. Margarida acabou por acreditar.
Juliana era completamente diferente. Margarida era tímida, enquanto Juliana era uma pessoa aberta e aventureira. Na semana seguinte, Jorge baldou-se às aulas para estar com ela no parque. Os passarinhos cantavam, o sol sorria, estava um dia fantástico. Passada uma hora, decidiram ir para casa da Juliana e Margarida. Como a última não estava em casa, aproveitaram para avançar na sua relação de amantes. Mas Margarida saiu mais cedo da faculdade e, ao chegar a casa, apanhou o namorado e Juliana em flagrante. Ao ver os dois na cama dela, completamente nus, começou a chorar e com tanta raiva deu uma bofetada a Juliana e outra a Jorge. Não estava à espera que ela a traísse, estava convencida que a amava. Sobretudo, não esperava que a amiga de infância fosse capaz de lhe fazer uma coisa destas. Foi uma facada no coração!
Capítulo VII
Nisto, Jorge vestiu-se rapidamente e foi atrás de Margarida, para lhe explicar o que acontecera, mas não chegou a fazê-lo, porque, no momento em que ia a atravessar a estrada, tropeçou nas calças, caiu e… foi atropelado por um camião!
Passados sete meses, Jorge Miguel acordou do coma e mandou chamar Juliana, porque precisavam de falar. No fim da conversa Juliana ligou a Margarida, a pedido de Jorge.
Quando Margarida chegou ao quarto, Jorge desatou a chorar, a pedir-lhe imensas desculpas pelo mal que lhe fizera. Margarida, como era uma jovem doce, simpática, humilde e um pouco tímida, resolveu perdoá-lo, apesar de todo o mal que este lhe fizera passar. Ao ouvir isto, Jorge morreu feliz e tranquilo com a sua consciência.
Foi no funeral de Jorge Miguel que Margarida e Juliana fizeram as pazes. Como não tinham mais nada para oferecer uma à outra, foram comer uma banana e colocaram a casca na campa do defunto, para atrair a bicharada, como forma de se certificarem de que ele morrera mesmo.
Depois, arrependeram-se de ter brincado com a morte de Jorge, porque, apesar de ele ter estado a brincar com as duas, não passava de um pobre moço que tinha acabado de chegar à cidade, as mentalidades da “santa terrinha” eram diferentes, não tinha os melhores exemplos por parte do pai, era tímido, possessivo e galã e, o pior de tudo, sofria de doença bipolar.
Passado um ano, Margarida arranjou novo namorado, adoptou uma criança e mudou de visual: fez nuances laranja e acaju, cortou o cabelo e mudou o estilo de vestir, pois tinha acabado o curso e começado a trabalhar.
Ao contrário da amiga, Juliana não desenvolveu a sua vida amorosa, pois continuava presa ao passado. Cada rapaz que fosse baixo, magro, moreno e de olhos amendoados, fazia-a recordar o seu eterno Jojó. Num dia em que foi à janela, viu um rapaz muitíssimo parecido com Jorge. Desceu as escadas num ápice e meteu conversa com ele. Ficou a saber que era irmão gémeo de Jorge…
Capítulo VII
(Epílogo)
Passados sete meses, Jorge Miguel acordou do coma e mandou chamar Juliana, porque precisavam de falar. No fim da conversa Juliana ligou a Margarida, a pedido de Jorge.
Quando Margarida chegou ao quarto, Jorge desatou a chorar, a pedir-lhe imensas desculpas pelo mal que lhe fizera. Margarida, como era uma jovem doce, simpática, humilde e um pouco tímida, resolveu perdoá-lo, apesar de todo o mal que este lhe fizera passar. Ao ouvir isto, Jorge morreu feliz e tranquilo com a sua consciência.
Foi no funeral de Jorge Miguel que Margarida e Juliana fizeram as pazes. Como não tinham mais nada para oferecer uma à outra, foram comer uma banana e colocaram a casca na campa do defunto, para atrair a bicharada, como forma de se certificarem de que ele morrera mesmo.
Depois, arrependeram-se de ter brincado com a morte de Jorge, porque, apesar de ele ter estado a brincar com as duas, não passava de um pobre moço que tinha acabado de chegar à cidade, as mentalidades da “santa terrinha” eram diferentes, não tinha os melhores exemplos por parte do pai, era tímido, possessivo e galã e, o pior de tudo, sofria de doença bipolar.
Passado um ano, Margarida arranjou novo namorado, adoptou uma criança e mudou de visual: fez nuances laranja e acaju, cortou o cabelo e mudou o estilo de vestir, pois tinha acabado o curso e começado a trabalhar.
Ao contrário da amiga, Juliana não desenvolveu a sua vida amorosa, pois continuava presa ao passado. Cada rapaz que fosse baixo, magro, moreno e de olhos amendoados, fazia-a recordar o seu eterno Jojó. Num dia em que foi à janela, viu um rapaz muitíssimo parecido com Jorge. Desceu as escadas num ápice e meteu conversa com ele. Ficou a saber que era irmão gémeo de Jorge…
Capítulo VII
(Epílogo)
Assim, depois de muito sofrerem, as personagens conseguem voltar a viver a sua vida quase normalmente, visto que Juliana fica sem o seu Jojó.
A violência não leva a lado algum, podemos resolver tudo falando. Neste caso, Jorge não tinha os melhores exemplos, mas ajudaram-no a mudar a sua atitude. Por vezes, na vida real isso não acontece ou acontece demasiado tarde.
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