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19 de abril de 2010

Leandro, Rei da Helíria, de Alice Vieira – um novo final

(trabalho elaborado por Andradina Semedo, Madalena Silveira e Wilson Landim,
do 7ºH, nas aulas de Português Língua Não Materna)




Leandro, Rei da Helíria, de Alice Vieira – um novo final

2.º ACTO

Cena I
Hortênsia, Amarílis, Bobo, Leandro


HORTÊNSIA (falando baixinho): Tive uma ideia, mana! Aturamos o velhote durante algum tempo e depois expulsamo-lo do Palácio Real. O que dizes?
AMARÍLIS: Eu acho uma óptima ideia! Nos primeiros seis meses, o pai fica contigo, e depois expulsamo-lo...
HORTÊNSIA: Calma lá, maninha! Fui eu quem teve a ideia de expulsar o velhote, por isso não serei eu a aturá-lo nos primeiros meses!
AMARÍLIS: Está bem, como quiseres! (aparte) finalmente tenho oportunidade de enganar a minha irmã e ficar com toda a fortuna do nosso pai. (dá uma gargalhada)
BOBO: Hum... Quer-me cá parecer que a amizade entre Hortênsia e Amarílis não vai durar muito tempo... Elas não são de confiar. O Rei Leandro que se cuide!
REI: As flores do meu jardim nunca me desapontaram! Agora é que vou ter uma vida descansada, com as minha queridas e amadas filhas a cuidar de mim!



Cena II
Amarílis, Hortênsia



AMARÍLIS: Vamos pôr em prática o plano A: mandamos os empregados embora, raptamos o nosso pai e o Bobo, quando estiverem a dormir, e largamo-los no meio da floresta escura.
HORTÊNSIA: E se algum deles acordar durante o rapto?
AMARÍLIS: Por isso é que temos o plano B! Olha o que eu tenho aqui. (mostra duas latas de spray) Mandei as empregadas comprarem estes soníferos na vila.
HORTÊNSIA: Não devias ter feito isso! Elas vão desconfiar...
AMARÍLIS: Não, eu pensei em tudo, não te preocupes! Disse-lhes que andava com insónias e elas acreditaram.
HORTÊNSIA: Então, assim que anoiteça, pomos o nosso plano em acção!






Cena III
As mesmas, mais Leandro, Bobo


(É de noite. Hortênsia e Amarílis aparecem vestidas de negro e com máscaras na cara)

HORTÊNSIA (sussurrando): Temos de ter muito cuidado por causa do barulho. Eles não nos podem ouvir!
AMARÍLIS: Pensas que eu não sei o que faço? Lá por seres a minha irmã mais velha, não tens o direito de mandar em mim! Se estivesses calada fazia melhor figura!

(Amarílis tropeça no tapete, bate com a cabeça numa jarra, que cai no chão, partindo-se. Ouve-se um grande estrondo)

REI E BOBO (Vestem pijamas. O Rei usa um gorro na cabeça): O que vem a ser isto?
REI: Que estranho! Onde estão os empregados?
BOBO (aparte): isto é realmente muito estranho!
REI: Deixa estar, Bobo, deve ter sido o vento. Amanhã resolvemos este assunto. Agora o melhor é voltarmos para a cama.
BOBO: Mas, rei, isto tudo parece-me muito estranho!
REI: Ora, Bobo, não digas parvoíces, como é teu costume! Não deves estar bom da cabeça. Vamos dormir já, ordeno-te!
BOBO: Lembra-te de que já não és rei e por isso não podes mandar em mim! Só vou para o meu quarto porque eu quero!
(Ambos regressam aos seus aposentos. Hortênsia e Amarílis surgem detrás de um armário)
AMARÍLIS: Ufa! Até que enfim que foram embora!
HORTÊNSIA: Por pouco não fomos apanhadas! E a culpa é toda tua, sua... sua... desastrada! Nunca sabes onde pões os pés!
AMARÍLIS: Foi sem querer. Tu é que me enervaste!
HORTÊNSIA: Cala-te! Vamos parar de discutir e passar ao plano B!





Cena IV
Leandro, Bobo, Violeta, Príncipe Reginaldo


(Na floresta. Leandro e o Bobo vestem pijamas velhos e esfarrapados)

REI: Meu caro amigo, passados estes anos todos, continuo com a certeza de que foram as minhas filhas Hortênsia e Amarílis que nos raptaram. Um pai nunca esquece o cheiro das suas filhas!
BOBO: Mas, rei, era disso que eu desconfiava, mas tu nunca me deste ouvidos...
REI: Tu não sabes o que dizes, Bobo tolo!
BOBO: Lembra-te, Rei, precisamos um do outro. Devemos manter a nossa amizade e não tornar-nos inimigos!
REI: Tens razão, Bobo. Olha, estou esfomeado. Vamos ao centro da vila pedir um pedaço de pão e um copo de leite.

(Violeta passeia com o Príncipe Reginaldo, distribuindo esmolas pelos pobres)

VIOLETA: Olha, Reginaldo, vamos ajudar aqueles dois mendigos. Repara, um deles é tão velhote! Parece que o conheço de algum lado...
PRÍNCIPE REGINALDO: Eu também acho que os devemos ajudar, coitados!
VIOLETA (dirigindo-se ao Rei e ao BOBO): Meus pobres homens, tomem este pedaço de broa.
REI: Aceitamos de bom grado, meus senhores! (vira-se para o Bobo) Mas... esta princesa parece-se com a minha filha Violeta! (torna a falar com Violeta) Minha boa senhora, dizei-me o vosso nome. Não terás por acaso nome de flor?
VIOLETA: Mas... esta voz é-me familiar! Será possível que seja o meu pai? Eu sou a Violeta...
REI (abraça-a): Sim, sou teu pai, aceita as minhas desculpas por todo o mal que te fiz. Perdoa-me!
VIOLETA: A um pai perdoa-se sempre. Meu adorado pai e meu querido Bobo, vamos imediatamente para o nosso palácio. Ficarão a viver connosco para sempre. E, para comemorar, vamos fazer um banquete para o qual estarão convidados todos os habitantes do nosso reino!
REI: E Hortênsia e Amarílis? Não posso aceitar que elas continuem a governar o reino da Helíria!
VIOLETA: Não te preocupes, meu pai, elas tornar-se-ão empregadas deste palácio.

(Todos dão gargalhadas)

TODOS: Viva Leandro, o Rei da Helíria!

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